Coleta
Social
Em 2010, a população brasileira era de 190.755.799 habitantes e a produção média de lixo por habitante de 1,1 kg/dia (Abrelpe), incluindo os resíduos sólidos urbanos (RSU), considerados os resíduos domiciliares e de limpeza urbana (varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana). No Brasil, 188,8 toneladas/dia de resíduos sólidos são coletados em 99,96% dos municípios que executam esse serviço. 50,75% depositam esses resíduos e rejeitos em lixões, que são aproximadamente 2.906 em todo país. 22,54% depositam em aterros controlados*1 e 27,68% em aterros sanitários adequados*2. Somente 11,56% fazem reciclagem em unidades de triagem de resíduos, 3,79% fazem compostagem em unidades de compostagem de resíduos orgânicos, e 0,61% fazem incineração em ambientes apropriados (Abrelpe). A geração de RSU no Brasil registrou crescimento de 1,8%, de 2010 para 2011, índice percentual que é superior à taxa de crescimento populacional urbano do país, que foi de 0,9% no mesmo período. Apenas 12% dos 97% dos resíduos sólidos são reciclados (MMA/Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB/ IBGE – 2008). Esse cenário ocorre devido a questões relacionadas à logística reversa, coleta seletiva, atuação dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, compostagem e recuperação energética. Além disso, existem questões que permeiam as relações entre Estados e Municípios, com reflexos no processo de elaboração dos Planos de Resíduos Sólidos.
Segundo o IBGE, um dos maiores desafios do Brasil é o saneamento, cujos níveis de coleta, destinação ou tratamento adequado de água, esgoto e lixo, em parte ainda baixos, interagem com outros indicadores, como renda e escolaridade, e apontam para consequências como a persistência do elevado número de internações por doenças ligadas à falta de saneamento básico, mais comuns nas regiões Norte e Nordeste. Os 1.794 municípios dos nove Estados da região Nordeste geraram em 2011, 50.962 toneladas/dia de RSU das quais 76,71% foram coletadas. Em relação a 2010, o ano de 2011 apresentou um aumento de aproximadamente 5,8% da destinação final em aterros sanitários ambientalmente adequados. No entanto, 64,7% dos resíduos coletados na região, correspondentes a cerca de 25 mil toneladas diárias, ainda são destinados para lixões e aterros controlados que, do ponto de vista ambiental, pouco se diferenciam dos próprios lixões, pois não possuem o conjunto de sistemas necessários para proteção do meio ambiente e da saúde pública (ABRELPE /PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL, 2011)