A icônica colunata de Bernini na Praça de São Pedro no Vaticano, o majestoso Parque Olímpico de Pequim e o icônico Grand Palais em Paris são alguns dos edifícios famosos ao redor do mundo que protegem sua superfície com produtos baseados em nanotecnologia, uma alternativa que também ganhe metros quadrados no Uruguai.
A marca Performance Nano4You está trabalhando no mercado local em diferentes projetos de construção. A lista inclui hotéis internacionais, shopping centers, empreendimentos imobiliários em Punta del Este e Montevidéu, estádios de futebol e prédios públicos, analisou Marcelo Rybak, diretor de vendas da empresa, que se desculpou por não revelar os nomes por questões de confidencialidade dos clientes “No Uruguai, estamos na área de construção, até o momento administramos através das grandes empresas do setor”, explicou.
Dentro da categoria, os produtos são voltados para a proteção de superfícies, tratamentos de patologias construtivas e decapantes.
Esse “escudo” para superfícies é baseado em nanotecnologia (a escala “nano” é explicada porque suas partículas são 1 milhão de vezes menores que um milímetro). Por exemplo, no caso de produtos para proteção de superfícies, usamos nanopartículas de dióxido de silício. É conhecida como areia e tomada em escala nanométrica, se tornando extremamente hidrofóbica, além de repelir todos os tipos de manchas e sujeira”, afirmou Rybak.
Então, o executivo foi aos fatos. Ele pegou diferentes materiais sendo eles um bloco de cimento e um tijolo, que haviam sido tratados com o protetor em uma área específica e os molhou um pouco. Nesses pontos, a queda estava semelhante a uma pérola, sem praticamente penetrar na superfície, ao contrário do resto do bloco.
A empresa no Uruguai interveio em shopping centers, hotéis, empreendimentos imobiliários e instalações esportivas.
A fórmula original do protetor nanotecnológico é da empresa Guard Industrie na França – que tratou mais de 100 milhões de metros quadrados com seus produtos, de acordo com seu site. Nos Estados Unidos, aliou-se à Performance Nano4you, com sede e laboratório em Curitiba (Brasil). De lá vêm os produtos comercializados no Uruguai. Também desenvolve outros produtos próprios.
Rybak destacou sua natureza sustentável como um diferencial da marca, que conquistou a certificação LEED (do governo dos EUA). Por exemplo, os decapantes são feitos à base de ácido cítrico e glicólico, cuja molécula é usada em tratamentos cosméticos contra a acne. Com essa composição, é “natural, produzido de forma sustentável e não contamina nada”.
O produto difere dos ácidos corrosivos, que são usados para remover grafites ou no final de obras que não apenas danificam a superfície tratada, mas também podem afetar a saúde da pessoa que os aplica, disse Rybak.
Segundo o executivo, convencer as empresas uruguaias a adotarem nanotecnologia em seus processos tem sido um caminho difícil. “Hoje eles vêem que podem ter produtos mais baratos, mais eficientes e não poluentes, e sua integridade física não está em perigo”.
Por outro lado, a subsidiária uruguaia da Performance Nano4You está impulsionando a expansão de produtos na região. Já fechou um contrato para venda na Argentina através da Weber Saint Gobain, uma empresa dedicada à produção de materiais de construção; Ele planeja iniciar a distribuição no Paraguai em breve e já vendeu seu primeiro container para os EUA. Para a empresa, é um mercado fundamental, tanto pelo tamanho quanto pela preferência pelo uso de produtos sustentáveis nas obras. Peru, Panamá e Bolívia também estão na mira da empresa, afirmou Rybak.
No Uruguai, a estratégia de crescimento envolve a adição de novas linhas de produtos, como estética para automóveis, barcos e máquinas agrícolas, entre outras. O plano também inclui o treinamento de pequenas e médias empresas dedicadas a serviços como restauração e limpeza de fachadas, impermeabilização e pintura. A venda aos consumidores finais é outra aposta para crescer localmente, afirmou Rybak. “Gostaríamos de começar a fazer acordos comerciais com distribuidores de cada item, para que os produtos possam chegar ao cliente final através de grandes superfícies”.
Matéria: https://www.elpais.com.uy/el-empresario/nanotecnologia-gana-metros-cuadrados-construccion.html